domingo, 27 de março de 2011

Chegada da Família GRENDENE ao Brasil - Parte 1

A chegada da Família GRENDENE ao Brasil ocorreu no Rio de Janeiro em 15/12/1883, sendo trazidos pelo Vapor Scrivia que saiu do Porto de Genova - Itália. Segue abaixo relato feito pelo Padre Luizinho Sponchiado, do Centro de Genealógia de Nova Palma - RS.

"GUISEPE GRENDENE, casado com LUCIA DA MEDA (sendo pelos DA MEDA, cunhado de ANGELO GROTTO), habitavam por 1820 num pequeno vilarejo chamado "ISOLA DI MALLO", da Província Vêneta de Vicenza.
Entre os filhos: GRENDENE houve um chamado BORTOLO GRENDENE, e, ANGELO GROTTO houve um filho de mesmo nome ANGELO GROTTO.
BORTOLO GRENDENE (de 26/03/1844) casou com MARIA FACCIN (de ANTONIO FACCIN 04/02/1869, no vizinho povoado de Due Ville. Ao passo que ANGELO GROTTO casou em Caldagno aos 04/11/1875, com CATERINA LOVISETTO (filha de PIETRO e ELIZABETHA GALLIO).
Tendo BORTOLO GRENDENE 5 filhos: Guisepe Filho, Lucia, Antônio, Giovanni (João) e Luigia, e o contraparente ANGELO GROTTO 3 filhos: Elizabetha, Lucia e Romano, resolveram imigrar juntos.
Sabe-se que, quase todos os que arriscaram essa aventura, o fizeram obrigados por necessidades de sobrevivência, visto que apos as guerras de Unificação da Itália, que duraram 50 anos, empobreceram a Península Itálica com enorme população de 26 a mais milhões de habitantes, que trabalhavam na terra, emagrecida e depauperada por quase 2 mil anos de uso...
Ótimos cristãos católicos, unidade no lar, que eles estimavam sobre maneira, sentiram que Deus os chamava à resolver, e não atirar-se nas cordas!
Deus sabe, com que dor e sofrimento, despediram-se de tudo e de todos e tomaram o Vapor Scrivia, no porto de Gênova, que os descarregou no Rio de Janeiro ao 15/12/1883, em número de 12 indíviduos.
A travessia marítima, em terceira classe - portanto abaixo do fio da água, em porões super-lotados, demorada, sem eletricidade, era um "martírio para todos".
Especialmente o foi para os GRENDENE, que ao chegarem na Hospedaria da Ilha das Flores, na Velha Capital, morreu-lhes o primogênito GUISEPE GRENDENE com 13 anos. Tendo desembarcado, bem mal, foi internado na Santa Casa de Misericórdia, alí falecendo dois dias depois da chegada em 17/15/1883, na cidade desconhecida para eles, com outros costumes e língua... Se a morte sempre é despedida que crucifica, nestas circunstâncias é duplamente martírio.
- Tomaram, depois de enterrado o adolescente, nossa Costeira, e vieram ao Porto de Rio Grande. Vaporzinho menor, os carregou Lagoa dos Patos acima até Porto Alegre. Destinados que vinham para se estabelecerem na Quarta Colônia Imperial de Italianos, tomaram o "vaporim" (Gazolina) que os levou à "MARGEM DO TAQUARI", hoje General Câmara. Ali apanharam o trem, que recentemente corria na nova Ferrovia, que os trouxe para "Porto Garibaldi", 40 quilomêtros acima de Cachoeira, onde havia uma ponte de madeira, chamada de "PORTEIRA DO RIO GRANDE". Aí, carregara com os trastes em carretas gaúchas de 2 rodas tracionadas por boi, e, vagarosamente, dia por dia, alcançaram Silveira Martins.
- Foi designado aos GRENDENE o Lote 30, a 01/12/1884, e aos GROTTOS o lote rústico número 36, o primeiro na entrada da Vila e o outro na saída, mas este último somente em 22/09/1886. - Neste tempo em que a Ferrovia vinha de Cachoeira para Santa Maria, extendendo seus trilhos, preferiam ganhar algum dinheiro como operários na Estrada de Ferro em construção.
Estabelecidos em Soturno o Casal GRENDENE, gerou em Soturno mais 5 filhos: José, Angela, Angela Maria, Constante e Luiz Máximo."

Este relato foi enviado para LEDA MARI GRENDENE STEFANELLO CARGNIN, em 22/07/2003.